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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 653-1

653-1

RELAÇÃO ENTRE O QUANTITATIVO FÚNGICO E O NÚMERO DE OCUPANTES EM UM SISTEMA METROVIÁRIO DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL

Autores:
Maria Ester dos Santos Silva (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; Virginia Mariano (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; Rodrigo Almeida Saraiva (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; Germana Costa Paixão (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; Lydia Dayanne Maia Pantoja (UECE - Universidade Estadual do Ceará)

Resumo:
A realização de estudos sistemáticos sobre a qualidade do ar tem sido recorrente nos mais diversos ambientes, pois possibilitam a compreensão da dinâmica ecológica dos fungos anemófilos e permite o entendimento de sua relação com o ser humano. Em ambientes com elevado número de transeuntes, como em transportes coletivos públicos, há a necessidade de entender a relação do homem com o ambiente inserido e a microbiota presente, garantindo a saúde aos ocupantes. A rede de linhas metroviárias da Região Metropolitana de Fortaleza foi projetada para máxima mobilidade, contribuindo no desenvolvimento econômico e no bem-estar da população. Dentro desse contexto, a pesquisa objetivou avaliar a relação entre as concentrações fúngicas presentes no ar e o número de ocupantes em um sistema metroviário do município de Fortaleza-CE. A pesquisa caracterizou-se como explicativa do tipo experimental e quantitativa, estando sob a abordagem do método hipotético-dedutivo. O monitoramento mensal foi realizado em 3 linhas do metrô ativas no município de Fortaleza-CE no período de 10 meses. A Linha A tem extensão de 24,1 Km e transporta em média 13 mil passageiros/dia, a Linha B com 19,5 Km e transporta 8 mil passageiros/dia e a Linha C com 13,1 Km em média presta serviço a 28 mil passageiros/dia. Para a coleta de amostras do ar foi utilizado o método da sedimentação passiva em placas de Petri de 90 mm, contendo Ágar Batata Dextrose (Himedia®). Cada placa ficou exposta por todo o período de deslocamento, variando de 35 a 40 minutos, de um ponto inicial até o final da linha, ao centro de um dos vagões, sendo as placas colocadas a uma altura de até 1,5 m acima do assoalho do metrô – próximo da área de respiração humana. Durante a exposição da placa, a média do número de ocupantes foi calculada com base na entrada e/ou passagem de indivíduos no vagão onde a placa estava exposta. Findo o período de coleta, as placas foram vedadas com plástico filme e encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual do Ceará – LAMIC/UECE, e incubadas a temperatura de 25 – 27 °C por até sete dias. A partir do crescimento visual de colônias fúngicas foi realizado a contagem global das mesmas e o cálculo para a média de Unidades Formadoras de Colônias fúngicas por metro cúbico (UFC.m-3). Para análise de dados quanto à relação das UFC.m-3 e o número de ocupantes, foi empregado a análise estatística do coeficiente de correlação de Pearson (r). Nesse sentido, variando entre -1 ou 1, a Linha C apresentou uma variância com correlação negativa fraca de r = - 0,044, com e o número de ocupantes durante o período de monitoramento variando de 55 a 85 pessoas e a média fúngica de 674 UFC.m-3, a Linha B (r = 0,0013) exibiu uma correlação positiva fraca, diversificando de 65 a 88 ocupantes, com média de 852 UFC.m-3 e a Linha A com r = 0,85, apresentou uma correlação positiva, forte e significativa, nessa linha o número de ocupantes variou de 45 a 58 e a média fúngica de 652 UFC.m-3. Portanto, diante dos resultados, destaque é dado a Linha A, que possui maior extensão em Km, menor variação entre o número de ocupantes e a menor média fúngica entre as linhas monitoradas. A Linha A apresentou uma correlação linear positiva e forte, caracterizando que os valores do número de ocupantes estão associados com valores da média de fungos, qualificando como variáveis diretamente proporcionais.

Palavras-chave:
 Aerobiologia, Fungos anemófilos, transeuntes, transporte coletivo